Luiz Felipe divide com seus leitores todos os desenlances de sua jornada, suas aventuras e frustrações fora do seu país.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O horizonte além - Parte 3

Desculpe pela demora na continuação da história. As vezes é complicado parar por alguns instantes e repensar todas essas experiências e ser capaz de relatá-las.

Na última postagem, o grupo vindo do Round Hearth havia chegado em Boston. Estávamos em uma cidade grande e nunca antes visitada por nenhum de nós. O caminho que tinhamos planejado estava fechado e teríamos que nos achar no meio da madrugada.





O que aconteceu depois que não pegamos a entrada certa foi uma mistura de sentimentos distintos. Alguns estavam preocupados com o nosso próximo caminho, outros com a violência da cidade durante a madrugada e havia aqueles preocupados se o zoom da máquina conseguiria fotografar os edifícios mais bonitos.
Passavamos por uma sucessão de ruas diferentes, várias avenidas com nomes estranhos e não faziamos a menor ideia de onde estávamos. Rodamos por uma hora de madrugada confiando no instinto de cada um, no mal humor por não termos dormido durante a noite e em um pequeno mapa que só mostrava parte da cidade, até acharmos uma das localidades que visitaríamos pela manhã e assim, finalmente nos localizarmos.
Essa uma hora de pânico foi essencial para o decorrer da viagem, nessa hora aprendemos em quais ruas poderiamos virar, quais levavam as saídas e os principais retornos. Aprendemos como funcionava o trânsito no miolo da cidade. Foi uma ótima idéia termos chegado de madrugada. Desse jeito pudemos nos perder sem nenhum trânsito para aumentar nosso estresse.





A nossa equipe estava firmamente unida. E foi justamente isso que fez essa viagem tão legal. Enquanto um dirigia, outro olhava as placas de onde estavamos e um terceiro conferia no mapa onde estávamos e pra onde iríamos. GPS pra quê? Mesmo mal humorados pela falta de sono e comida continuamos nos aguentando.

Parada em qualquer lugar pra um café da manhã e reestabelecer os níveis de tranquilidade. É uma maravilha o que um bom café da manhã faz com o humor das pessoas. O hostel que iriamos ficar só aceitava o Check in meio dia, então paramos o carro em um estacionamento e começamos a andar a cidade para nos perdermos mais uma vez, só que agora a pé e com um mapa informando as melhores atrações.

Andando por Boston , pelas várias igrejas, a biblioteca pública e várias outras localidades adoradas por turistas é possível sentir um sentimento de paradoxo temporal. Coisa que Brasília deixa a desejar algumas vezes por ser uma cidade tão nova e organizada. Foi incrível passar por prédios construídos em 1800, 1600 e 1500. E pensar que a centenas de anos aqueles mesmos prédios exisitam ali naquelas ruas tortas e becos estreitos.





Ver aquelas mesmas paredes, a arquitetura completamente influenciada pela vinda dos ingleses e um rastro de antiguidade que resiste bravamente aos prédios, arranha-céus e pontes incrivelmente modernos faz você ( pelo menos eu fiz isso) se desligar do hoje e se perder no tempo.

A Biblioteca pública é uma preciosidade a parte. Tudo nela é, no mínimo, impressionante. A arquitetura externa, os detalhes desde o frontão as luminárias. E por dentro uma decoração incrivelmente detalhada, com direito a gigantescas pinturas e várias esculturas. Visitando os salões mais internos a mistura no antigo com o moderno é perceptível mais uma vez. Vários computadores estão lá para guiar os usuários.


Uma passada pelo passeio público, a prefeitura e um dos pontos turísticos mais visitados: Hancock Tower, um prédio espelhado que a todo momento parece carecer de uma parede, ilusão essa criada pelo ângulo em que o prédio foi construído. Em uma planta baixa o desenho do prédio está mais para um losango do que o normal, quadrado, dos outros prédios que conhecemos. Lá de cima é possível ver grande parte da cidade.



Check in no hostel, descanso de uma hora para aqueles que não haviam dormido absolutamente nada no caminho de ida. O navegador e o motorista, eu e Hugo, respectivamente.

Depois disso, mais caminhada, mais lugares para conhecer até o começo da tarde. Agora com o carro partimos para um conglomerado de outlets onde o pessoal colocou aquele instinto consumista pra ferver.


Mais uma vez a noite saímos com o intuito de nos perdermos, ver onde chegariamos, sem mapa, sem estresse, sem ter que pegar a Massachussets Av.

Passamos pelo Rockfeller, o estádio de Baseball, uma série de monumentos e admiramos a vista da cidade a noite.

Quando percebemos estavámos em um bairro onde todos a quem pediamos informações falavam espanhol, achamos um restaurante Italiano e saciamos a fome de um grupo de Brasileiros.

Volta para o Hostel e uma das melhores camas em que já dormi.

O outro dia teria que começar cedo, teríamos que devolver o carro em Burlington e voltarmos a tempo de pegar o ônibus para Stowe.

Das 52 universidades em Boston só tinhamos passado por algumas pequenas no interior da cidade e a Berkeley. Decidimos então visitar Harvard.

E qual foi a minha surpresa, no caminho pra lá, quando vejo a ponte sobre o Charles River. Pra mim um rio muito especial. Nele há um brilho eterno para minha mente sem lembranças. Para aqueles que conhecem o filme a cena mais bonita dele acontece lá: Charles River congelado e duas pessoas deitadas sobre ele admirando o horizonte além da estratosfera, a beleza das estrelas. Que vontade de deitar sobre o rio congelado... mas de dia, sem a minha pessoa especial do lado... não seria a mesma coisa.


Harvard segue o mesmo estilo. Passado e contemporáneo ali, encrustados um ao outro.

Uma instituição de ensino superior como qualquer outra, vários cartazes nos murais, alunos atrasados para a aula e teste no anfiteatro em que eu, turisticamente, entrei para tirar uma foto.





A biblioteca de Harvard é fechada para o público. No princípio eu fiquei indignado de ser barrado em uma biblioteca, fonte de conhecimento para todos. Mas daí eu me toquei que não estava na Unb e sim em um faculdade particular. Ainda acho que as bibliotecas deveriam sempre servir a comunidade, os livros são feitos para serem lidos, afinal de contas.

Mas ao mesmo tempo posso pensar em mil motivos para fechar uma biblioteca apenas para os alunos da instituição. Bem, essa não é bem minha area, por isso controlo meus pitacos.

Enfim, depois de Harvard é o caminho de volta. Demasiado extasiado para dizer alguma coisa volto em silêncio fazendo o máximo para a memória se lembrar de todos os detalhes dessa experiência que foi incrível em várias maneiras. Não apenas por se tratar de uma cidade memorável, mas como a sensação de estar em um lugar verdadeiramente antigo.

7 comentários:

Ana Flávia Lucas disse...

eita, você passou pelo Charles River! e por bibliotecas ricas! parece ter sido bem bacana. que bom! nessas horas sono é o que menos importa. =]

Unknown disse...

Post grande da porra
Danadao, cade os prostibulos?pubs?bares?boites?branquinhas de olhos claros?
...tira foto de gente...
flws

Anônimo disse...

Parabéns Luiz pela viagem e pelo relato e pelas lindas fotos, aproveite o máximo.
Vc está programando outra viagem?
Se puder mande mais notícias.
Valeu.

Giu disse...

Nossa, tudo muito lindo! As fotos tão ótimas! Divirta-se bastante por aí, Lui! ^^

Anônimo disse...

Hj faz dois meses q vc está ai, nem parece, né?

Aproveite ao máximo sua estadia ai. Faça com q cada minuto se torne inesquecível!

Abraço ;-D

Anônimo disse...

Luiz, una cosita mas...

Esse seu blog tá legal, fotos bonitas, vídeos, historinhas, reflexões. Mas e a informalidade?

Cadê as mensagens pros amigos, pra família, pra namorada; coisas engraçadas??? Hein?

Aquele abraço!

Anônimo disse...

Luiz, estamos aguardando mais noticias, sua carta ainda não chegou. Pode mandar informaçães via email, se já confirmou a volta e Analu ficou de ver passagens promocionais.
Grande abraço.

 
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