Luiz Felipe divide com seus leitores todos os desenlances de sua jornada, suas aventuras e frustrações fora do seu país.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Eu tenho um sonho


Hoje é dia 19 de Janeiro, além do aniversário de um grande amigo meu essa data tem a sua importancia aqui nos Estados Unidos. Na 3a segunda feira de Janeiro, o dia de Martin Luther King é comemorado, justamente hoje.

É incrível ver a comoção que existe em todos os canais de televisão: filmagens antigas, recortes de jornais e movimentação pública.

Pra mim foi um choque saber dessa data, eu nem sabia da sua existência. E como é importante lembrar de uma pessoa tão influente e idealista.

Martin Luther King, como todos sabem, foi um líder da não violência na luta pelos direitos civis. Seu protesto contra a discriminação racial em leis estaduais e federais guiou muitas pessoas e serviu de marco em uma sociedade tão preconceituosa quanto essa dos Estados Unidos.

Para aqueles que ainda acham que os Estados Unidos é um sonho de perfeição, esse é um dos vários e graves defeitos evidentes por essas bandas.

Por meio do sangue e dos esforços dos escravos (agindo diretamente aqui ou em outros países) os Estados Unidos se consolidaram como potência mundial. Indústrias, carros e a fartura de um país desenvolvido.

E o que esses expatriados receberam em troca? Discriminação, raiva e preconceito e mais morte. Segregados dentro do país que os receberam, essa população teve que lidar com escolas, hospitais e até ônibus distintos. Isso mesmo, desde o tempo de independência até a década de 60. Mentira. Desde o tempo de independência até hoje.


A manchete que vi hoje relembra muito o tempo de Martin Luther King, estudantes secundários comemoram uma festa de formatura que pela primeira vez aceitou brancos e negros. O que se fazia até então eram duas festas separadas. Os mesmos colegas de turma separados pela cor da pele.


Acho que o sonho de Martin ainda nao se realizou. Os Estados Unidos deixa claro que a diferença de cor ainda é um critério para essa sociedade. Passando rapidamente pelos canais o que eu vejo são canais, programas e estilos de música separados para brancos e para negros. Talvez essa discriminação mascarada, com cara de igualdade seja tão nociva, quanto aquela clara e aberta. Porque dá uma sensação de segurança, uma sensação de que estamos aprendendo a conviver com o outro, mas não. Na verdade ela esconde ódio e rancor atrás de sorrisos amarelos, uma convivência falsa em função de uma simples diferença genotica.


Da mesma maneira que temos essa discriminação aqui temos no Brasil. O "brasileiro" camarada, gentil e boa-gente. Na verdade age da mesma forma, preconceituoso ao extremo, mas faz cara de compreensivo. E ai da filha se achar o Lázaro Ramos bonito, ai do garoto que apresentar a mulata como namorada.

Mas acho que para o brasileiro ainda é pior. Ser contra algo que está claramente correndo em nossas veias. Porque todos nós, por mais brancos que sejamos, carregamos 3 biótipos no sangue: o branco, o índio e o negro.


Mas ainda temos coragem de virar a cara, fechar os olhos e esquecer do preconceito que é geral.


19 de Janeiro de 2009. Dia de Martin Luther King.

7 comentários:

Anônimo disse...

Luiz, bons comentários sobre a luta de Martin Luterking e sua importancia na luta contra a discriminação racial. Pena que por trás dos bastidores ainda existe preconceito. Mas qualquer movimento é válido para diminuir as diferenças.
Estamos aguardando a sequencia da viagem a Boston.
Grande abraço

Anônimo disse...

Uau! História!
Aqui, sempre acheio essa história de preconceinto ridículo. Ainda mais no Brasil onde todos dizem não ter, pois "somos filhos de uma mistura" (voz de faucete) e convivemos diariamente com situações, piadinhas que carregam preconceitos velados. não só contra o negro, mais qualquer pessoa que é diferente por inúmeras razões. Todos se esquecem q nascemos do mesmo jeitinho, pelados e chorando, e morremos do mesmo jeitinho. Somos todos iguais, mas são nossas peculiaridades que nos tornam interessantes e capazes de dar um toque especial ao mundo que só cada um de nos, diferentes e iguais poderíamos fazer.
PS: Seus comentários no blog me emocionaram. Obrigada. Talvez logo terá seu pedido atendido.

Unknown disse...

vai fude

Toma gostosa lapada na rachada
Você pede que eu te dou lapada na rachada
E aí ta gostoso lapada na racha, toma,toma,toma

Ana Flávia Lucas disse...

Infelizmente parece nada mudar. Concordo contigo. Só não entendo muito os três biotipos...isso de branco, vermelho e preto não é engolivel ainda.
Demais!

Anônimo disse...

Preconceitos como esses podem até diminuir, mas creio eu q nunca irão acabar. É algo intrínseco ao ser humano, em alguns mais, em outros menos.

Bom ver q vc está se divertindo ai, e claro, aprendendo bastante.

Grande Abraço!

Unknown disse...

Querido Luiz felipe, retornamos hoje para BH, após 20 dias de férias. Estou feliz em saber que você está aproveitando bem a viagem,e que apesar dos desafios e da saudade você está colhendo o que há de melhor e isto é a vida. Pois como disse o poeta: "Há os que se queixam do vento, os que esperam que ele mude e os que procuram ajustar as velas".
Recebi o seu cartão, obrigada pela lembrança, as meninas mandam beijos, estamos com saudades, e aguardamos ansiosos o seu retorno desta importante jornada.
Beijos carinhosos da TIA MÁRCIA

Anônimo disse...

19 de janeiro, véspera da posse do primeiro presidente negro dos EUA. Como isso foi visto daí, Luiz???
Saudaaaaaaade!

 
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