Luiz Felipe divide com seus leitores todos os desenlances de sua jornada, suas aventuras e frustrações fora do seu país.

domingo, 10 de maio de 2009

A casa de Ethan Allen - Parte 3

Como propus na última postagem, continuo então a narrar minhas aventuras por outras terras. Quando estas histórias acabarem, veremos o que será do blogue. Mas, não pensamos nisso por enquanto. Vamos viver a história viva em nossas experiências

Previously on Termostato Remoto:

Voltamos para o dia 24 de Fevereiro de 2009, após conhecer um pouco mais da cidade de Burlington, se vocês bem lembram da postagem anterior ( A casa de Ethan Allen – Parte 2).
Voltávamos para o carro de David, meu guia pela cidade, quando avistamos algo na floresta.






O que encontramos foi uma torre de guarda, preservada pelo tempo em um dos lugares mais antigos da cidade. Qual a finalidade de ter sido construída, ou o que ela guardava e de quem, meu guia não pode afirmar com certeza. Embora saibamos que sua construção pode ter sido tanto por causa da Guerra Civil, ou a formação do estado de Vermont e por vários outros motivos.
Mas o que ficou mesmo para mim foi a idéia da persistência das ações contra o tempo. Seja lá por que motivo ela foi construída, a torre sobreviveu. E viveu além de seus construtores e seus ideais e desavenças.











Daí partimos para a casa de David para aproveitarmos o almoço.
Um almoço na casa de um Chef não poderia ser desperdiçado, não é mesmo? Qual foi a minha surpresa quando eu descobri que eu ajudaria também a cozinhar tudo. Foi assim que aprendi a fazer arroz: seguindo as instruções de David.
Bom anfitrião que é, deixou que eu escolhesse entre seis tipos de arroz que ele possuia em casa. E que lugar para se achar comidas, vários legumes e verduras. Enquanto eu me preocupava com o arroz e com a salada, David me ensinava ao mesmo tempo em que ele preparava uma bisteca gratinada, ou algo parecido.
Durante o almoço descobri um pouco mais da vida do meu amigo: Tendo avô e pai como militares, ele sempre se sentiu meio deslocado em sua família. Depois que seu pai voltou da 2ª Guerra com histórias horríveis de trincheira, David sentiu o que uma guerra é capaz de fazer, não só para àqueles que recebem os tiros, mas também para aqueles que puxam o gatilho. Com medo de que um conflito como esse o fizesse passar e por tudo o que seus parentes sofreram ele decidiu ir para Europa tentar seguir um caminho diferente. Durante a Universidade na Itália ele ficou sabendo de seus conterrâneos indo para a Guerra do Vietnam e até recebeu uma carta de seu pai o chamando para voltar ao país e se juntar ao exército.
David era mais esclarecido do que isso, mas mesmo voltou para viver a década de 70 nos Estados Unidos. Chegando lá, no entanto, ele tomou mais ou menos, “o caminho contrário” Participou do movimento hippie e se organizou juntamente com muitas pessoas para que pudesse realmente fazer a diferença.
Natural da Califórnia ele passou alguns anos mudando de estado para estado, acompanhando sua mulher em suas investidas profissionais. Linda Francis foi uma das primeiras quiroprátas a ser reconhecida e ter permissão para praticar sua profissão livremente.
Em meados da década de 80, eles descobriram que Burlington tinha elegido um prefeito de esquerda. Pareceu um lugar interessante para se morar. E foi assim que meu guia chegou até a cidade que ele me mostrava.
Burlington sempre foi a frente do seu tempo, como eu disse antes, ela recolhe expatriados e por causa da influência do campus da Universidade de Vermont a cidade tem uma espécie de “consciência global”.
Depois de conversamos por algumas horas, nos despedimos e eu segui para conhecer a Universidade de Burlington. Foi incrível passar pelos prédios antigos, laboratórios e centros acadêmicos em outro país. É incrível ver tanta infra-estrutura voltada para a educação e formação de profissionais.
Segue então, para fechar a postagem, algumas fotos da Universidade de Vermont.

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