Luiz Felipe divide com seus leitores todos os desenlances de sua jornada, suas aventuras e frustrações fora do seu país.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Estudo Errado

"- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!!"



    A educação está muito presente em minha vida. Não poderia viajar e não tentar ao menos espiar um pouco do que acontece em outros países. Hoje conto como me fiz nosso grupo de intercambiarios se passar por professores e darmos uma volta em uma escola em Vermont. Aproveito também para falar um pouco de educação aqui e nos Estados Unidos. Quando pensei pela primeira vez nesse texto ainda estava viajando e ele caberia muito bem no plano de dedicar algumas das publicações a certas pessoas.














     A maioria dos textos que escrevo aqui atende a uma necessidade minha: Escrevo por que eu quero ou porque acho que expressa uma faceta importante das coisas que vivi ou até mesmo algo curioso que pode não ser nem um pouco interessante.
    Porém, alguns textos são direcionados pelas influências que outras pessoas tem em minha vida. Assim como o texto de despedida foi muito influenciada pelo Rafael, o texto que virá a seguir foi muito influenciado pela minha irmã. 

    Bom, antes de contar sobre a visita a Elementary school acho importante situar o leitor sobre as diferenças no sistema educacional de lá. Os alunos de lá começam sua vida estudantil geralmente pelo "kindengarden" algo que podemos comparar com o jardim de infância. A "elementary" school pode abarcar alunos nessa faixa do jardim até o quinto ano. O sexto, sétimo e oitavo ano é chamado de "junior high school" e do nono ano até o décimo segundo ano a etapa é chamada de "high school".

     A Stowe elementary school é uma escola pública que lida com crianças pequenas, alunos em média com 5 anos. E mesmo com tão pouca idade é incrível as atividades que realizam. Mas para conhecer a escola não poderíamos simplesmente entrar e andar pelos corredores. 

      O pessoal do Round Hearth gostou da minha idéia de ir conhecer a escola, mas eu os avisei a deixar eu conversar com o pessoal e entrar no meu jogo. Entramos e eu pedi a secretaria para falar com a diretora. Ela não estava na hora, mas me disse para ligar em um outro momento. Depois eu liguei e expliquei que estava me formando para ser professor e que alguns amigos, também futuros professores, estariam interessados em conhecer a escola. Ela disse que poderíamos ir lá e visitar as dependências da escola. 

       A cada sala que entravamos outros professores nos perguntavam em que estávamos nos especializando e cada um escolheu uma matéria na hora. Quando os professores perguntavam alguma coisa da area, os outros faziam que não tinham entendido a pergunta em inglês e eu reforçava que o inglês deles não era muito. Achei bacana quando um dos professores disse que já tinha conhecido o Brasil e já havia visitados várias cidades daqui. 

      A diretora e os outros professores acreditaram em nossa história, recomendaram uma faculdade para fazermos uma especialização depois que nos formarmos e até ofereceram um trabalho voluntário para melhorarmos nosso curriculo. Confesso que depois me senti um pouco culpado de mentir assim descaradamente, mas não havia outra maneira de eles nos mostrarem a escola. 
    Como já disse antes, achei incrível o tipo de atividades que os alunos faziam. Lembrei de como eu estudava com essa idade: sentado em cadeiras enfileiradas fazendo exercícios de caligrafia e percebei como esse pessoal deve se divertir. O foque no lúdico é muito visível nessa escola. Talvez seja uma diretiva da escola ou do estado mesmo que em vários aspectos parece ser muito liberal. 


















   

    A diretora nos mostrou a cantina e explicou como em um determinado dia da semana os alunos vão para a cozinha e preparam o almoço para todo mundo. Há uma grande preocupação com a dieta e a nutricionista da escola auxilia na preparação do cardápio. O mais bacana de tudo é que os todos os vegetais usados são plantados pelos alunos em projetos de botânica. O tomate e o alface para o almoço que os alunos montavam eram os mesmos que eles plantaram e ajudaram a crescer
    Achei incrível a quantidade de atividades realmente práticas em que os alunos estavam envolvidos, nessa pequena visita eu vi atividades de plantação, cozinha, pintura, escrita e medição do tempo. 
    Isso mesmo, medição do tempo. A escola dispunha de uma mini estação metereológica e uma das atividades era monitorar as variações do clima e estudar a previsão do tempo. 
    A segunda língua nas escolas é o espanhol. Depois que o professor disse que erámos do Brasil algumas crianças mais corajosas vieram falar espanhol com a gente. Ponto alto da aula: Algumas crianças aprenderam que no Brasil as pessoas falam Português. Minha contribuição para a educação dos Estados Unidos. 
    Quando cheguei na biblioteca escolar meu coração deu uma apertada mais forte. Não só porque era linda e super organizada e também cheia de livros, mas também porque me faltava aquela pessoa querida para me explicar com carinho sobre os móveis, a indexação e todas as outras coisas que lá vi. E a saudade só aumentava. 
Enfim a leitura era muito enforçada até mesmo nessa idade, desde o número de livros, a facilidade de chegar na biblioteca e é claro o espaço amplo e convidativo.

Foi uma experiência incrível.. que eu continuo a contar depois


7 comentários:

Analu, a irmã. disse...

Acredito que como a educação Canadense, o enfoque no desenvolvimento das diversas inteligências é bem forte nos EUA. Infelizmente a condição da educação Infantil pública no Brasil não é a mesma coisa e está anos luz aquém de algo parecido. Não é obrigação do Estado ou mesmo da União oferecer a Educação Infantil segundo a LDB, (Lei de diretrizes e base da Educação) e o mais adimirável que eu percebo quando me falam de uma Educação estrangeira é a postura dos pais, que respeitam o professor no processo de ensino e aprendizagem, e não delegam a ele coisas que também devem vir de casa. E a Educação Infantil é o pilar mais importante na educação de uma pessoa. "Ah, mas eles são mto pequenos" alguém pode pensar. São pequenos, mas capazes e ansiosos por aprender. Se assim tmb fosse no Brasil, se tivéssemos uma educação infantil de peso, todo o resto fluiria com mais facilidade. Mas reforçando que o papel dos pais e da família é primordial. Em qualquer etapa.

Unknown disse...

Uma modificação recente na nossa Constituição institiu a obrigatoridade da educação infantil no Brasil. O ensino básico obrigatório será dos 4 aos 17 anos. O prazo para a implementação é até 2016. (Emenda Constitucional n.º 59/2009)

Unknown disse...

fude é bom ne?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Teteco, o seu texto sobre educação infantil me fez voltar um pouco na mamória para a época do Rogá! Achei muito bacana a estrutura dessa escola!

Anônimo disse...

Luiz, parabéns pelo desenvolvimento da idéia. Essa semana saiu uma reportagem na veja que chamou-me atenção. Fala sobre a ética e ele fez uma observação interesante, que ética se aprende em casa e não na escola. Inclusive a questão da cola, é falta de ética, talvez ali é o início de um corrupto, porque nenhum professor toma a prova do aluno e da zero.
Aí as pessoas vão relaxando a conciência. Depois para falcificar documentos já é mais fácil.
Abraço.
Luiz

 
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